A cirurgia ortognática é um procedimento cirúrgico que modifica a posição das mandíbulas. O propósito do procedimento é corrigir deformidades que afetam tanto a saúde como a aparência do paciente.
Esse tipo de cirurgia é combinado com o tratamento ortodôntico, pois mover as mandíbulas significa ter que mover os dentes também. O uso do aparelho ortodôntico, normalmente é feito antes da cirurgia, como forma de preparo dos dentes para a cirurgia.
Em quais casos a cirurgia ortognática é indicada?
A cirurgia ortognática é indicada para pessoas que possuem uma desarmonia na face, caracterizada por um crescimento fora do normal de um dos ossos dessa região do corpo. Dentre as deformidades dentais e faciais corrigidas pela cirurgia, podemos destacar:
Retrognatismo da mandíbula: quando a mandíbula é menor que a maxila. O reflexo deste problema na face é um “queixo pequeno”;
Prognatismo mandibular: quando a mandíbula é maior do que a maxila, projetando o queixo para frente;
Assimetria: situação a qual a pessoa tem maxilares tortos;
Mordida aberta: quando existe um espaço entre os dentes superiores e inferiores mesmo quando a pessoa morde.
Mordida cruzada: é quando os dentes superiores “encaixam-se” por dentro dos inferiores. Didaticamente, podemos explicar que em situações normais, a arcada inferior funciona como se fosse uma caixa de sapato, enquanto a arcada superior seria a tampa da caixa, ou seja, quando a boca está fechada, a arcada superior “tampa” a arcada inferior. Quando existe uma inversão desse “encaixe”, temos a mordida cruzada.
A cirurgia não corrige somente a estética facial do paciente, mas melhora também sua função mastigatória, sua respiração e dores nas articulações, além de prevenir problemas periodontais.
Antes de submeter à cirurgia, o paciente passará pelo tratamento ortodôntico, que pode durar de 6 a 24 meses. Isso porque, antes de corrigir a posição dos maxilares, é preciso ajustar o alinhamento dos dentes.
Como é feita a cirurgia?
Como todo e qualquer procedimento cirúrgico, primeiro são realizados exames laboratoriais que comprovem a viabilidade do procedimento. Em seguida, é feito um planejamento virtual por meio de softwares específicos, para atingir o máximo de precisão na cirurgia.
A cirurgia é feita em ambiente hospitalar, sob anestesia geral. O paciente fica internado por um período de um a três dias. O procedimento consiste em reposicionar devidamente os ossos da face, que, então, são imobilizados com placas e parafusos de titânio.
A cirurgia é realizada dentro da boca. Por isso, não há cicatrizes sobre a pele do paciente.
Quais são os cuidados a serem tomados antes e depois da cirurgia?
Antes de se submeter à cirurgia, o paciente deve fazer um jejum absoluto, não podendo comer nem beber nada durante dez horas antes do procedimento.
Quando ao período pós-cirúrgico, é importante que o paciente siga as instruções do cirurgião. É recomendável que, nos primeiros 45 dias após a cirurgia, sejam consumidos apenas alimentos pastosos, pois o paciente não pode mastigar durante esse período.
É normal que haja inchaço nos primeiros dias — aliás, esse é o principal incômodo pós-cirúrgico.
Mas, basta tomar corretamente os remédios prescritos que esse problema passa rápido.
Depois de aproximadamente três semanas, o paciente pode retomar muitas de suas atividades. A recuperação é gradativa, e o paciente retornará muitas vezes ao seu cirurgião nos primeiros meses após a cirurgia, para o acompanhamento de sua recuperação.
Há contraindicações para se submeter à cirurgia?
Mesmo que a cirurgia ortognática traga muitos benefícios, há pessoas que não devem se submeter ao procedimento. Pacientes com doenças sistêmicas que a impeçam de tomar anestesia geral, pacientes com problemas neurológicos ou que não estejam dispostos a cooperar com o período pós-operatório não estão aptos a passarem pela cirurgia.